sexta-feira, março 21

talvez um partisse, talvez um voltasse

teu silêncio me matando outra vez.
a ausencia de ti dói mais que a presença afirmando nosso não-futuro, nosso não-amor e talvez até nossa não-amizade.
penso em ti profundamente outra vez, outra das vezes incontaveis nesse dia que nem chegou ao fim, mas já o dilascero inconfundivelmente na minha angustia sem motivo. penso que choro por dentro. aquela coisa sarah kane (eu costumo conseguir chorar, mas - ) agora estou além das lágrimas.te quero, te quero. penso baixinho, pra tentando (ainda) negar o pensamento, o desejo. nem sequer te conheço, mas o teu não-conhecido me encanta, me chama pra perto de ti. é díficil negar o chamado, sempre fui muito obediente. mas não é isso. só as vezes me pego perdida, andando num ônibus lotada pensando invariavelmente em ti. tem alguma coisa na tua tristeza (que também desconheço, mas sei existente) que me fascina. tua tristeza combina com a minha. talvez o resto não, talvez nunca nada, mas tristeza, melancolia, tudo. é. só mais uma paixãozinha platônica ridicula de duas semanas. mas a sensação de que é diferente, a dor que me corroi aqui sentada (e que também me persegue em pé) me faz acreditar que talvez tudo, talvez nada.

nada.
sei a resposta.
te procuro na proxima esquina, quem sabe.
(aquela mania louca de tentar enxergar nos olhos dos outros o teu olhar, te achar perdido em qualquer lugar e dizer "eu acho que te conheço" e teus braços no meu corpo invadindo algo que desconhece mas que inconfundivelmente eu te entregaria sem pensar.)

2 comentários:

Anônimo disse...

Obrigada pelo comentário.
O que não lhe agradou na pontuação?
(gosto de críticas)
:)

J. Wasem disse...

dobro as esquinas a pé
e o q podia ser um origami
nada mais é
q um mapa amassado
cheio de nadas

[...me inspirou]
[vai me tragar?]

+)