domingo, julho 13

apago

apago. repito: apago. sem dó, sem pena. assumo a dor. apago. cada linha, reescrevo cada verso, tento transformar o passado. em prol do futuro? não. só apago, só nego, só assumo o vazio aqui dentro. pra que lembranças se o que me sobrou é só um corpo oco, um coração ausente? repito: apago.
não renascerá, não há cinzas, não há matéria intacta, é tudo inútil, tudo vai fora. tudo apagado, borrado, ilegível. fica só um resto opaco, sem luz. apago, e sobra só a borracha, o resto se vai. não se precisa dele.

apago. reescrevo. minha escrita agora é só simbólica. é o vazio. é um ponto final perdido numa folha, espaço em branco contente. nele diz-se toda a minha vida, resumo: solidão.

FIM DO BLOG

me arrisco um tempo no fotolog:
www.fotolog.com/psicose448