segunda-feira, fevereiro 18

ainda há o que se apagar

Me parecia um assunto cretino. Mesmo assim pensei que a idéia era genial, quer dizer, era genial na minha cabeça, e embora eu soubesse bem isso, soubesse que no papel ia ficar uma porcaria, embora eu soubesse, não adiantou. A certeza é tanta quando me veem na mente que é impossível resistir. Era aparentemente perfeito. Corri desesperadamente tentando encontrar um papel, alguma coisa que pudesse ser registrada. Não achei, cansei, desisti. Acreditei que minha memória não iria me trair, ó infeliz memória, cretina, vagabunda, pelo menos dessa vez me seja fiel. Bolei planos maléficos pra usar com essa minha idéia. Repeti ela mentalmente até me cansar. Pensei em chavões que fossem impossíveis esquecer. Fui dormir concentrada, pensando nela.

Mas no outro dia, pra desespero total, acordei e procurando a minha fabulosa idéia, descobri o mais terrível dos resultados. Haviam me sabotado. Roubaram meu fabuloso próximo e marivilhoso projeto. A minha memória havia pulado a cerca. Insisti durante horas, até concluir, desapontada, dilascerada, estupefada: eu esqueci.

sábado, fevereiro 2

tenho escrito sim senhor

eu tenho escrito sim. escrito pouco, rabiscos, coisas sem sentido, meio assim que nem agora. mas não me importo mais. me surpreendi lendo coisas como bukowisk e descobrindo que tanto faz a letra maiuscula. lendo caio que tanto faz a virgula que tanto faz o mundo inteiro explodindo, é só eu e o meu bloco de notas novamente, sem pressão, sem mais textos para o blog.
não há blog, foda-se. eu sei o quanto a literatura explode em mim, e se não pode ser escrevendo, vai ser lendo. eu tenho pensado na solidão, sim. e tenho vivido ela. e tenho chorado, e tenho amado, e tenho tido vontades reprimidas de pular a janela, ou sei lá. mas tenho aprendido a lamber o chão dos palacios, a me sentir desprezada como um cão, e tudo bem, acordar, escovar os dentes, tomar café e continuar........